quarta-feira, 3 de abril de 2013

Escravas Sexuais


Bangladesh

   Em Bangladesh a lei permite que jovens com mais de 18 anos possam pedir autorização pra se prostituírem. No país a prostituição é vista como uma necessidade económica. Mas a religião hindu considera as prostitutas como impuras até os filhos são considerados imorais.
   Daulatdia é um bairro de lata, onde existe pobreza, miséria e doenças. Em cada casa há pelo menos uma prostituta. É chamada de cidade impura. Mas Daulatdia tem o seu próprio sistema de classes. Na base estão as chukris que são jovens que foram vendidas a uma madame como escravas sexuais. No meio estão as bharatia, são prostitutas independentes que conseguiram comprar a sua liberdade às madames mas não têm dinheiro para sair daquele bairro de lata. Podem ganhar até 20 dólares por dia mas têm de pagar a bordéis para a renda, comida e electricidade. Se falharem um pagamento ficam sujeitas a multas. No topo estão as shordanis ou madames e são as donas das chukris.
   Em Daulatdia há cerca de 600 raparigas com menos de 18 anos, grande parte delas foram vendidas ou compradas outras raptadas e levadas à força, são obrigadas a prostituírem-se e acabam por serem violadas se recusarem receber um cliente, podem mesmo serem violadas em grupo, espancadas, torturadas e deixadas à fome. Em Daulatdia nenhum homem é obrigado a usar preservativo. A prostituição infantil está espalhada por todo o bairro de lata e a sífilis é de 40%

             Faridpur

   Faridpur fica no distrito central de Bangladesh e em dois bordéis existem cerca de 900 prostitutas onde mais de metades não têm nem 16 anos.
   Shirin shamim muda de nome consoante o cliente. Shirin não deve ter 16 anos mas afirma ter 22 anos. Pinta os lábio de vermelho e os olhos de preto, calça sapato alto. Trabalha há três meses num bordel e dá todo o seu rendimento à sua madame para pagar a sua liberdade e poder procurar a mãe. Para Shirin a sua história não é mais triste do que a de outras raparigas, é igualmente dramática. Depois do pai morrer a mãe de Shirin casou-a com 13 anos com um rapaz de 20 anos, alguns dias depois começou a bater-lhe e a beber muito álcool, Shirin fugiu e foi ter com a mãe, começou a trabalhar numa loja onde conheceu um rapaz, namorou com ele 4 meses, logo depois levou-a para um bordel onde a vendeu. Shirin ainda tem esperança de conseguir comprar a sua liberdade.
   Existem centenas de histórias tristes e dramáticas e é preciso fazer mais, ajudar mais e importarmos-nos mais. As redes de prostituição, em países pobres, principalmente, são uma calamidade. São infâncias roubadas, vidas perdidas, histórias de dor e sofrimento.
   Criam-se guerras por dinheiro, por diamantes, matam-se pessoas inocentes em nome de Deus mas ninguém luta e ninguém faz uma guerra para ajudar a combater o tráfico sexual e infantil. Porque é que a mentalidade do ser humano está programada para fazer o mal? Quando é que vamos fazer uma “guerra” por uma causa que realmente vai ajudar a tornar o mundo um local melhor? Onde todos temos condições iguais, onde a vida é respeitada?  

                                                                                                     Ver doc- tabu- prostituição

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