segunda-feira, 8 de abril de 2013

Comportamentos

Síndrome de Tourette

   A sociedade é cruel, quando não entende ou não sabe, ri, aponta o dedo, critica e fala mal.
   Há pessoas que sofrem de síndrome de Tourette que é um distúrbio biológico, há anomalias em certas áreas do cérebro, principalmente no lobo frontal. Faz com que as pessoas digam asneiras e façam gestos involuntários, não os controlam. Quem não entende ou desconhece a doença acha que a pessoa é maluca. Por exemplo quem sofre de Tourette pode entrar num super mercado e assobiar, começar a dizer asneiras ou fazer gestos que impróprios o que normalmente provoca olhares indignados, e perto das pessoas que olham o comportamento piora.
   Vi uma história na televisão sobre um senhor com síndrome de tourette que foi abordado na rua por um homem que já conhecia de vista e este disse-lhe: “… a minha namorada disse-me que sempre que a vês, ouve-te a gritar e a insultá-la.” Ele informou o tipo de doença sofria e que não conseguia controlar os seu impulsos. Mas o homem bateu-lhe na cabeça com um pé-de-cabra.

 

Tricotilomania

   A tricotilomania é um transtorno impulsivo em que se arranca o cabelo e surge entre os 9 e os 13 anos de idade. Afecta cerca de 4 % da população e abrange mais raparigas.
   Bethany tem tricotilomania e quando puxa o cabelo não sente dor, puxa fio a fio de cabelo e como está a ficar careca usa lenços na cabeça para que ninguém olhe para ela, porque alguns acham que pode ser contagioso. As pessoas com tricotilomania têm tendência a isolarem-se e a sentirem-se depressivos.  
    Bethany tem uma sensação de bem-estar quando puxa e puxa o cabelo porque também sofre de ansiedade. Faz artesanato e costura para manter as mãos ocupadas, mantém a mente longe e não arranca cabelo. A tricotilomania não tem cura mas pode ser tratada com psicoterapia e ter uma ocupação como o artesanato traz bons resultados.

Quando vir alguém com um comportamento atípico não critique nem aponte o dedo, todas as pessoas têm uma história e um problema e muitas vezes piora se olharmos fixamente. Devemos-nos respeitar.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Escravas Sexuais


Bangladesh

   Em Bangladesh a lei permite que jovens com mais de 18 anos possam pedir autorização pra se prostituírem. No país a prostituição é vista como uma necessidade económica. Mas a religião hindu considera as prostitutas como impuras até os filhos são considerados imorais.
   Daulatdia é um bairro de lata, onde existe pobreza, miséria e doenças. Em cada casa há pelo menos uma prostituta. É chamada de cidade impura. Mas Daulatdia tem o seu próprio sistema de classes. Na base estão as chukris que são jovens que foram vendidas a uma madame como escravas sexuais. No meio estão as bharatia, são prostitutas independentes que conseguiram comprar a sua liberdade às madames mas não têm dinheiro para sair daquele bairro de lata. Podem ganhar até 20 dólares por dia mas têm de pagar a bordéis para a renda, comida e electricidade. Se falharem um pagamento ficam sujeitas a multas. No topo estão as shordanis ou madames e são as donas das chukris.
   Em Daulatdia há cerca de 600 raparigas com menos de 18 anos, grande parte delas foram vendidas ou compradas outras raptadas e levadas à força, são obrigadas a prostituírem-se e acabam por serem violadas se recusarem receber um cliente, podem mesmo serem violadas em grupo, espancadas, torturadas e deixadas à fome. Em Daulatdia nenhum homem é obrigado a usar preservativo. A prostituição infantil está espalhada por todo o bairro de lata e a sífilis é de 40%

             Faridpur

   Faridpur fica no distrito central de Bangladesh e em dois bordéis existem cerca de 900 prostitutas onde mais de metades não têm nem 16 anos.
   Shirin shamim muda de nome consoante o cliente. Shirin não deve ter 16 anos mas afirma ter 22 anos. Pinta os lábio de vermelho e os olhos de preto, calça sapato alto. Trabalha há três meses num bordel e dá todo o seu rendimento à sua madame para pagar a sua liberdade e poder procurar a mãe. Para Shirin a sua história não é mais triste do que a de outras raparigas, é igualmente dramática. Depois do pai morrer a mãe de Shirin casou-a com 13 anos com um rapaz de 20 anos, alguns dias depois começou a bater-lhe e a beber muito álcool, Shirin fugiu e foi ter com a mãe, começou a trabalhar numa loja onde conheceu um rapaz, namorou com ele 4 meses, logo depois levou-a para um bordel onde a vendeu. Shirin ainda tem esperança de conseguir comprar a sua liberdade.
   Existem centenas de histórias tristes e dramáticas e é preciso fazer mais, ajudar mais e importarmos-nos mais. As redes de prostituição, em países pobres, principalmente, são uma calamidade. São infâncias roubadas, vidas perdidas, histórias de dor e sofrimento.
   Criam-se guerras por dinheiro, por diamantes, matam-se pessoas inocentes em nome de Deus mas ninguém luta e ninguém faz uma guerra para ajudar a combater o tráfico sexual e infantil. Porque é que a mentalidade do ser humano está programada para fazer o mal? Quando é que vamos fazer uma “guerra” por uma causa que realmente vai ajudar a tornar o mundo um local melhor? Onde todos temos condições iguais, onde a vida é respeitada?  

                                                                                                     Ver doc- tabu- prostituição