segunda-feira, 21 de maio de 2012

Aristides de Sousa Mendes


O português que salvou cerca de 30 mil pessoas morreu na miséria e desonrado no dia três de Abril de 1954, tinha 69 anos. A censura proibiu a notícia da sua morte.
         Portugal foi um país neutro durante a segunda grande guerra, assim como a Espanha, a Suécia, a Suíça e o vaticano. Salazar não tinha outra opção senão manter Portugal afastado da guerra, se ficasse do lado dos Aliados, os alemães invadiriam Portugal através de Espanha porque os nazis ajudaram os espanhóis durante a guerra civil Espanhola se Portugal deixasse claro que estaria ao lado de Hitler Inglaterra colocaria as tropas Inglesas em território português pois Portugal tem um pacto antiquíssimo com Inglaterra, o tratado de Windsor assinado em 1386. Salazar lavou as mãos, apesar de todos saberem da preferência pelo Hitler.
         Aristides de Sousa Mendes era cônsul geral de Portugal em Bordéus, França e também exercia advocacia. Em 1940 milhares de judeus e ciganos pediram vistos em Bordéus para entrarem na Península Ibéria mas nem Portugal nem Espanha concediam os vistos aos refugiados. Aristides pediu autorização ao conselho português para que lhe fosse permitido dar os vistos e poder salvar milhares de vidas, mas a resposta era sempre negativa. Aristides não ficou conformado com a situação e agiu por conta própria, desobedeceu a ordens directas do ditador Salazar, consciente e responsavelmente carimbou cerca de 30 mil vistos de entrada em Portugal salvando assim milhares de seres humanos do holocausto, afirmando:” não participo em chacinas, por isso desobedeço a Salazar”.
         Em junho de 1940 foi castigado por Salazar que o afastou da carreira diplomática e o impediu de exercer advocacia também proibiu os filhos de Aristides de frequentarem a Universidade, até o irmão foi despedido. Por causa deste castigo ficou na miséria e com dividas arrastando consigo a sua esposa Angelina e os seus 12 filhos. Schmil Goldberg era judeu e americano e estava em Lisboa a prestar auxílio aos judeus refugiados da guerra, foi na cozinha da comunidade Israelita onde conheceu o Dr. Sousa Mendes que ajudou milhares de pessoas a fugirem do nazismo, sentiram a obrigação de o ajudarem e fizeram-no. Deram a oportunidade a alguns dos seus filhos de poderem emigrarem para a América ou Canadá, quando chegarem-se e se estabelecessem mandariam cartas de chamada aos outros.
Em 1967 yad vashem, autoridade estatal israelita homenageou Aristides de Sousa Mendes com a sua mais alta distinção uma medalha com a inscrição do Talmude “Quem salva uma vida humana é como se salvasse um mundo inteiro”.
         Em 1979 o presidente da república portuguêsa, Mário Soares, dá o título póstumo da Ordem da Liberdade a Aristides de Sousa Mendes.
         A vida de Sousa Mendes só é conhecia em 1976 com o artigo o “caso” Sousa Mendes de António Colaço no Diário Popular.
         Em 1988 a assembleia da república e o governo português finalmente procedem à reabilitação oficial de Aristides porque foram pressionados pelos filhos e pelos americanos.
         Salvou milhares de vidas e não teve direito a um funeral digno, ficou durante anos esquecido pelo poder da ditadura, anos depois do 25 de Abril  continua a estar quase esquecido pelos portugueses, a mentalidade salazarista ainda está presente.  
         O diplomata Aristides agiu em vez de ficar a lamentar-se e a firmar de que os judeus estavam a ser bem tratados e que nunca pensou que estivessem a ser assassinados à vista de todos, ele fez um bem não meteu a cabeça debaixo da terra. Orgulho-me de ter um compatriota que não teve medo das consequências e enfrentou um ditador.


terça-feira, 15 de maio de 2012

Tráfico de marfim



         Há muitas coisas que eu ainda não entendo, uma delas é o tráfico de marfim. Descobri recentemente de que os elefantes estão extintos em quatro países de Africa, Burundi; Gambia; Mauritânia e na Serra Leoa. O principal culpado é o Homem e a mania te querer ser maior e ter mais e mais sem sequer se preocupar nos meios para atingir os fins, sem se preocupar de que esta a prejudicar um futuro comum. Desde 1980 que os elefantes estão reduzidos a metade devido à caça clandestina e infelizmente a maioria dos casos de tráfico de marfim passa impune, o combate ao crime de tráfico não esta a produzir efeitos.
            As presas dos elefantes vendem-se no mercado negro a cerca de seis mil dólares. Desde 2009 que os elefantes do parque nacional de Amboseli, no Quénia, têm sido incomodados pelos caçadores furtivos e traficantes de marfim, aparecem envenenados, feridos com tiros e com lanças. No parque de Amboseli já viveram mil e quinhentos elefantes, o director do serviço da vida selvagem do Quénia afirma que a culpa é da China pois 90% do marfim que é aprendido nas fronteiras e nos aeroportos africanos é transportado pelos chineses.
            É necessário tomarmos consciência do que se passa no mundo e mentalizarmo-nos de que o ser humano, infelizmente, não sabe viver em harmonia com a natureza e é o único responsável pela extinção de muitos animais. Só em 2011 foram apreendidas vinte e três toneladas de marfim e foi o ano mais negro para os elefantes, desde que a venda de marfim foi proibida em 1989. Estimula-se de que em 2011 tenham sido mortos cerca de 3000 elefantes por caçadores clandestinos. Numa década os elefantes passaram de 1.3 milhões a 625 mil. Este ano no norte do Camarões já foram abatidos cerca de 500 elefantes.
            No mês de Abril o Quénia queimou cinco toneladas de marfim avaliadas em 12 milhões de euros o presidente quis mostrar que está contra o tráfico e os caçadores.

            Em 1997 foi criada uma cláusula em que permite a Africa do Sul, Zimbabwe, Botswana e a Namíbia venderem marfim em leilões desde que tenham morrido de causas naturais, a China não tem sido autorizada a comprar marfim nos leilões por ser o principal país responsável pelas mortes e tráfico de marfim. Nos últimos anos o preço do marfim subiu descontroladamente devido à elevada procura.